Os pressupostos do Capital Asset Pricing Model
O Capital Asset Pricing Model (CAPM) surgiu como uma combinação entre a Hipótese de Eficiência dos Mercados e a Teoria da Carteira e relaciona o retorno esperado de um ativo financeiro com o seu risco, medido pelo beta. Pressupõe que o investidor tenha sempre um comportamento racional e é avesso ao risco, resultando assim num modelo de equilíbrio geral.
Se todos os investidores assumirem o mesmo tipo de comportamento, podemos observar o modo de formação das rendibilidades e do risco dos ativos, logo podemos construir modelos de equilíbrio geral. Entre esses modelos encontra-se então o Capital Asset Pricing Model (CAPM).
Apesar de possuir uma forte capacidade de previsão, o CAPM é um modelo de determinação do preço dos ativos financeiros e assenta em pressupostos e implicações.
O CAPM parte do pressuposto de que os investidores são racionais e tomam decisões com base na maximização de sua utilidade. O modelo assume a inexistência de impostos e custos de transação, o que pode limitar o poder de alcance do CAPM porque os impostos influenciam os preços dos ativos. O CAPM presume que os investidores não enfrentam restrições quanto à quantidade de ativos que podem deter, o que pode ser um pressuposto limitado, pois, na realidade, existem muitas situações em que os investidores podem estar sujeitos a restrições, como limites regulatórios ou políticas de investimento. O CAPM é formulado para um único período de investimento, o que pode limitar a sua utilidade em situações em que os investidores têm horizontes temporais mais longos. O modelo assume que todos os investidores têm a mesma informação e expectativas homogêneas sobre os ativos.
Se todos os investidores têm expectativas homogéneas, se todos têm o mesmo horizonte temporal de investimento e se todos podem emprestar ou pedir emprestado a mesma taxa de juro sem risco, tal significa que o comportamento de todos os investidores é idêntico e representativo do investidor racional. Tal implica, ainda, que todos os investidores possuam a mesma fronteira eficiente global, bem como a mesma carteira ótima.
Por seu turno, sendo os investidores avessos ao risco, da diversificação do investimento resulta que a carteira ótima corresponde a carteira cópia de mercado - composta por todos os ativos existentes no mercado exatamente na mesma proporção que o respetivo peso relativo nesse mercado.
Pressupondo que todos os investidores procedem a escolhas eficientes estas colocar-se-ão na linha reta que passa pelo ponto correspondente ao ativo sem risco e pelo ponto representativo da carteira cópia do mercado (num espaço de análise rendibilidade/risco). Em termos globais, essa reta designa se por Linha do Mercado de Capitais.
Ao mesmo tempo, o CAPM parte da definição de um conjunto de conceitos, dos quais se devem destacar os seguintes: a taxa de retorno isenta de risco (correspondente genericamente à dos títulos da dívida pública); a taxa de risco do mercado (avaliação da taxa média de risco dos ativos do mercado); o prémio de risco do mercado (diferença entre a taxa de risco do mercado e a taxa isenta de risco); o beta, considerado o coeficiente de avaliação da sensibilidade da empresa ao risco, que relaciona o retorno dos valores individuais com o do portefólio do mercado.
Segundo o CAPM, a taxa de retorno requerida pelos investidores (que corresponderá ao custo dos capitais próprios) deve ser igual à soma da taxa isenta de risco com o beta multiplicado pelo prémio de risco do mercado.
Em resumo, o poder de alcance dos pressupostos ao CAPM pode variar. É por isso importante reconhecer as suas limitações e ter em linha de conta alguns contextos em que os pressupostos podem não ser plenamente postos em prática.
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